(blog de: cláudia, tici, márcia, rack, mari, omar, teca, nick, tati, meiri, cezar, lilian, bibiana, pedro henrique, gabriela, rafaela, edinara e de todos os que quiserem fazer parte...)

sábado, 20 de dezembro de 2008

“A grande batalha que devemos enfrentar não é a batalha da propriedade, mas sim a da propriedade da inteligência. Trata-se de uma batalha no campo da universidade, no campo do conhecimento, da geração de conhecimento e tecnologia. Se não conseguirmos nos libertar nesta área, estamos ferrados. Nosso projeto estratégico deve ser o de assaltar o poder com os canhões da inteligência. Poderemos andar de alpargatas, com roupas remendadas, o que queremos é meter coisas na cabeça. Ou fazemos isso, ou fracassamos. É preferível que nossos filhos vivam com certas dificuldades materiais, mas tenham vantagem na cabeça, vantagem no conhecimento”. Pepe Mujica 20081215 (Boletim Carta Maior)
RECORDAR É VIVER - “Sérgio Figueiredo, memória elegante da vida nacional, lembra uma frase de Carlos Lacerda (1914-1977), um jornalista que sabia da vida: ‘Só tem certeza de alguma coisa quem estiver muito mal informado’.” Coluna de Elio Gaspari. Folha de S. Paulo, 20081123 (edição digital)
“Creio que a gente tem que construir desde o otimismo, desde a felicidade, os modelos de sociedade, e não desde o desencanto e o ódio. E se há algo que a vida me deu é que, por sorte, nunca perco tempo em pensar como destruo a outro. Isto não entra em minha cabeça”. Daniel Martinez, Brecha 20081121 (Ed. Digital – trad. para o português de Omar Ardans)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

De Barack Obama: "La clave del político es estar involucrado en algo que le apasione a uno. Da igual lo que sea: mejorar el sistema escolar, extender los cuidados médicos para los niños, desarrollar estrategias para no depender tanto del petróleo... Renunciamos a nuestro poder con mucha facilidad; se lo entregamos a los políticos profesionales, a los grupos de presión, al escepticismo. Y la democracia sufre". Del sitio elpais.com hoje 20081106
http://www.elpais.com/articulo/internacional/suerte/llamarse/Barack/elpepuint/20081106elpepiint_6/Tes

sábado, 13 de dezembro de 2008

Defesa de Monografia de Tanise Marlova Gross

No dia 09 de dezembro de 2008, às 10h, defendeu sua monografia de conclusão de curso de Psicologia, a intergrante do LAPSI-UFSM TANISE MARLOVA GROSS. Da banca examinadora, participaram: Ms. Sandra Elisa Réquia Sousa (Diretora da UAP-CCR-UFSM), Psicóloga Juliana Cerentini Pacico e Prof. Dr. Héctor Omar Ardans-Bonifacino (orientador).
O títula da monogafria é: "Conceitos psicológicos presentes em relatórios de pesquisa e textos teóricos que abordam problemáticas ambientais".
Parabéns Tanise, pelo feito!


(da esquerda para a direita) Ms. Sandra Elisa Réquia Sousa (Diretora da UAP-CCR-UFSM), Psicóloga Juliana Cerentini Pacico, Tanise Marlova Gross e Prof. Dr. Héctor Omar Ardans-Bonifacino (orientador).

domingo, 7 de dezembro de 2008

"Reflexões 2008: Religiões e Meio Ambiente" - Agradecimentos

Olá pessoal,

Muito obrigado a todos aqueles que tornaram possível a realização do nosso
ciclo de palestras "Reflexões 2008: Religiões e Meio Ambiente", aos que
ajudaram, aos que apoiaram e aos que participaram.
Em particular:
à Reitoria da UFSM, à Direção do Centro de Ciências Sociais e Humanas da
UFSM, ao Departamento e ao Curso de Psicologia da UFSM;
aos palestrantes: Dr. José Otávio Flores Binato, Prof. João B. Ventura,
Prof. Achylle Alexio Rubin, Prof. Eduardo Dutra Aydos e Rev. Fabio
Vasconcelos que desenvolveram, com maestria, suas apresentações;
aos participantes, que nos honraram com a sua presença nas palestras;
ao Hotel Morotin, pela hospitalidade para com o evento e pelo permanente
espírito de colaboração;
a Fábio Bourscheid, nosso 'mestre de cerimônias' das cinco sessões do evento, pela sua atuação neste lugar de grande importância para o andamento das palestras;
a Adivo Paim Filho, Marcia Crsitiane Campos e Ticiane dos Santos pela
participação ativa na comissão organizadora, divulgação e manutenção do
andamento do evento; à Juliana Cerentini e Cleber Bolzan pelo empréstimo dos
equipamentos e manutenção do sistema de som;
a Diogo Custodio, por fazer as transmissões via internet das palestras;
a Jackson Peres e Emídio Teixeira pelo empréstimo de seus notebooks para as
transmissões e utilização de datashow;
A todas e a todos, os nossos profundos agradecimentos!
Na certeza de que nos encontraremos em próximos eventos a serem organizados
pelo LAPSI-UFSM, convidamos a todas e todos para nos acompanhar neste blog e, também, pelo nosso grupo de e-mails - http://groups.google.com.br/group/lapsi_ufsm.

Um bom final de ano!!
Prof. Héctor Omar Ardans-Bonifacino - Coordenador
Acadêmica Nicole Nothen de Oliveira - Secretária
LAPSI-UFSM

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A dor que nunca passa

Quarta, 3 de dezembro de 2008, 08h30



Marina Silva
De Brasília (DF)

Nos anos 1970, quando abriam a BR-364 no Acre, ela cortou ao meio o Seringal Bagaço, onde eu morava com minha família. À derrubada da mata seguiu-se uma epidemia violenta e incontrolável de sarampo e malária. Era gente doente ou morrendo em quase todas as casas. Perdi um primo e meu tio Pedro Ney, que foi uma das pessoas mais importantes da minha infância. Morreu minha irmã de quase dois anos e, quinze dias depois, outra irmã, de seis meses. Seis meses depois, morreu minha mãe. Tudo era avassalador, assustador. Uma dor enorme, extrema, que nunca passou. Para sair disso, tivemos que reconstruir, praticamente, o sentido inteiro do mundo. Aceitar o inaceitável, mas carregá-lo para sempre dentro de si. Ir em frente, enfrentar a dureza do cotidiano, sobreviver, cuidar dos outros. Viver, enfim, e dar muito valor à vida e às pessoas.

Em 1985, numa das maiores enchentes do rio Acre em Rio Branco, eu morava no bairro Cidade Nova, na periferia da cidade, numa pequena casa de onde tivemos que sair às pressas, levando o que foi possível numa canoa. O resto foi levado pelas águas, inclusive o único retrato que tínhamos de minha mãe.

Penso agora nisso tudo e acho que consigo entender o que sentem os catarinenses, mas ainda estou longe de alcançar o significado estarrecedor de uma perda tão total e instantânea como a que sofreram. Na escuridão, o morro descendo, destruindo tudo, a busca desesperada pelos filhos, a impotência. E, depois, descobrir-se só em meio ao caos: acabou a casa, foram-se as pessoas amadas, o lugar no mundo. Não há mais nada, só a vida física e a força do espírito.

Meus filhos andam pela casa com todo vigor, com toda a beleza da juventude, e sequer consigo imaginar o que seria, de uma hora para outra, vê-los engolidos pela terra, debaixo de toneladas de escombros ou mutilados para o resto da vida. É algo terrível demais até no plano da imaginação. Fere a própria alma tão fundo que chega a ser impossível entender plenamente a profunda tristeza de quem enfrenta essa realidade.

Na Londres de 1624, os sinos da catedral de São Paulo, onde o poeta John Donne era o Deão, tocavam quase ininterruptamente anunciando as milhares de mortes causadas pela peste. Atingido por grave enfermidade (que chegou a ser confundida com a peste) Donne escreveu então um de seus textos mais conhecidos, a Meditação XVII: "Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de teus amigos ou mesmo tua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti."

Hoje, no mundo, os sinos dobram por todos nós e para nos acordar. Grandes desastres podem virar acontecimentos corriqueiros. Não se pode afirmar peremptoriamente que a tragédia de Santa Catarina deriva, em linha direta, das mudanças climáticas identificadas no relatório do IPCC, o Painel Internacional de Mudanças Climáticas da ONU. Mas em tudo se assemelha às previsões de possíveis impactos da mudança no clima do sul do Brasil, até o final do século 21.

A natureza, numa pedagogia sinistra, parece exemplificar o que significam esses fenômenos extremos que, em várias regiões do planeta, tenderão a provocar períodos de seca muito mais severos e outros com precipitações intensas.

As ações de mitigação necessárias e as adaptações para enfrentar esses efeitos e reduzir nossa vulnerabilidade diante deles ainda são precárias e estão atrasadas. Os países ricos, detentores de recursos, conhecimento e tecnologia, já avançam em medidas para se proteger. As piores conseqüências deverão recair sobre os países pobres e os em desenvolvimento. A urgência é auto-explicável. Não é um cientista quem o diz e nem um livro. É a natureza, cujos avisos e alertas têm sido insanamente ignorados.

O Brasil, que ontem lançou o seu Plano Nacional de Mudanças Climáticas, não tem como deixar de fazer a sua parte, mesmo sem os meios disponíveis nos países ricos. O acontecido em Santa Catarina é um sintoma e deve ser seguido de um esforço de grandes proporções, de início imediato, para tentar evitar que se repita.

É preciso que cada um de nós, autoridades públicas, empresas e cidadãos, pensemos nos mortos, nas famílias inteiras soterradas, nas vidas destroçadas debaixo do barro, antes de sermos tolerantes com ocupação em encostas, com destruição de matas ciliares, com o adensamento de áreas de risco, com mudanças de conveniência nas legislações. Não há mais espaço para empurrar os problemas ambientais com a barriga, como tentam fazer alguns, e deixar para "o próximo" o ônus de medidas ditas antipáticas. A omissão que ceifa vidas humanas tem que acabar, mesmo à custa de incompreensões.

Nos tempos atuais, há mais um componente na agenda ética: não se deixar corromper diante das pressões para ignorar a proteção ambiental e as medidas de precaução exigidas pela intensificação dos fenômenos naturais. Quem detém algum tipo de representação pública deve se convencer de que é preciso mudar profunda, rápida e estruturalmente os usos e costumes, de modo a preparar o País para um futuro de sérios desafios ambientais. Cada vez mais, não é só uma questão de errar, corrigir o erro e aprender com ele. Agora a palavra de ordem é prevenir o erro, para que não se repitam os olhares perdidos, os rostos esvaziados, o choro inconsolável, a desesperança e as mortes que vimos nesses últimos dias em Santa Catarina.

Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.


Fale com Marina Silva: marina.silva08@terra.com.br

Opiniões expressas aqui são de exclusiva responsabilidade do autor e não necessariamente estão de acordo com os parâmetros editoriais de Terra Magazine.

Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3367445-EI11691,00-A+dor+que+nunca+passa.html

Mortes e prejuízos do Vale do Itajaí: Tragédia anunciada há mais de 150 anos

Mortes e prejuízos do Vale do Itajaí: Tragédia anunciada há mais de 150 anos

1/12/2008



Por Eloy Casagrande Jr. - PHD*

Que a tragédia que assolou o Vale do Itajaí não é algo novo todos sabem. Talvez, não saibam, no entanto, que as enchentes do Vale ocorrem desde a sua colonização há mais 150 anos. De 1850 a 1992 foram 66 enchentes, das quais 11 (onze) até 1900, 20 (vinte) nos 50 anos subseqüentes e 35 nos últimos 43 anos. Relatos históricos registram 9 metros de elevação do rio Itajaí-Açu na enchente de 1862, tornando terras agrícolas e cidades alagadas um cenário comum até os dias de hoje.

Isto levou a população local, principalmente de Blumenau a criar uma cultura de coexistência com as enchentes de pequena magnitude e também a conviver com o uso político das mesmas. Promessas de que se vai acabar com as cheias, são parte de velhos chavões políticos como prometer mais investimentos na educação, na segurança e na saúde. Também medidas governamentais de atendimento as populações atingidas e as inúmeras soluções de engenharia para o problema são discutidas desde a enchente de 1880 – a maior que se tinha registro até então, chegando o nível a 17,10m!

Em 1911, quando o pico de cheia alcançou 16,90m, surgiram várias propostas para o problema, inclusive a mudança da cidade para pontos mais altos e a construção de um canal de escoamento a partir de Blumenau. Esta segunda seria retomada nos anos 30 pelo primeiro estudo de defesa contra as cheias e também nos anos 80. A primeira e mais inteligente, poderia ser traduzida para uma linguagem técnica mais moderna dos dias de hoje: o uso ordenado do solo, onde se pode controlar a densidade demográfica, evitar a ocupação de áreas inundáveis e as encostas e os desmatamentos.

Também a proposta de Otto Rohkohl, de 1929, era sensata do ponto de vista de engenharia fluvial e previa a construção de barragens e reservatórios de contenção. Nas suas próprias palavras “quase todos os rios formadores assim como afluentes do Itajaí-Açu apresentam locais no seu alto curso, que, devido a constituição natural do terreno, permitem que se edifiquem barragens e reservatórios de contenção contíguos, a custos relativamente baixos”. Infelizmente, a proposta esbarrou nos interesses de famílias de elite da região que não queriam ver suas terras usadas para tal solução, seguidas de diversas administrações municipais que também a ignoraram.

Com as quatro enchentes que atingiram o vale em 1957, beirando a marca dos 13 metros, iniciou-se a luta por medidas de controle de cheias. Jornais noticiaram na época “foi uma verdadeira calamidade pública....As águas torrenciais e traiçoeiras do rio Itajaí-Açu arrastaram em poucas horas, rio abaixo, para o Atlântico, tudo o que os colonos, com rara energia e competência tinham construído, trazendo também o desânimo e a dor para a grande maioria dos habitantes do município e principalmente para a cidade.... Dois terços das residências, estabelecimentos fabris e comerciais e depósitos foram atingidos pela inundação.

Neste mesmo ano, os radialistas criaram a AIRVI - Associação de Imprensa e Rádio do Vale do Itajaí, com a finalidade de pressionar o poder público a tomar atitudes em relação às enchentes elaboraram um documento enviado ao Presidente Juscelino Kubitschek. O que se viu a seguir foi o primeiro decreto presidencial de 07 de Janeiro de 1957, nomeando um Grupo de Trabalho para estudar a situação econômica da Bacia Hidrográfica do rio Itajaí e propor as medidas necessárias ao seu desenvolvimento. Entre estudos geo-econômicos, a discussão de construção de barragens para contenção de cheias e aproveitamento para potencial hidrelétrico e irrigação, os estudos foram se arrastando por anos sem um objetivo claro.

Somente após a enchente de 01 de novembro de 1961, que ocasionou mortes e muitas perdas materiais, levando o então Presidente João Goulart a sobrevoar a região inundada, é que se retomaram os projetos das barragens. Iniciado em 1964, três barragens foram construída com atrasos clássicos das obras de engenharia, sendo finalizadas somente em 1976. No entanto, suas capacidades se basearam apenas nas enchentes que ocorreram entre 1931 e 1975, alegando-se que seriam suficientes para que não fosse ultrapassada a marca dos 9,90m em Blumenau. As enchentes 1983, que causaram danos materiais na ordem de US$ 1,1 bilhão, vieram provar que as estimativas estavam erradas ao considerar desprezíveis as informações das grandes cheias até 1911.

Após as cheias de 1983, com um pico de 15,34m e em seguida a de 1984, com 15,46m, surgiram os primeiros indícios de que uma relação entre as enchentes e a extensão do uso do solo, incluindo-se o desmatamento, começava a ser percebida. Não houve, porém, um aprofundamento desta questão, e muito menos decisões políticas que permitissem concretizar ações, embora não faltassem alertas importantes, como o do memorável botânico Roberto Miguel Klein: “Atualmente encontram-se em toda a área, outrora florestal, apenas remanescentes da vegetação original, que não raro, devido ao porte, são confundidos com a vegetação secundária (capoeirões), sobretudo na região da Floresta Ombrófila Densa (floresta pluvial da costa atlântica) e que, indistintamente, são derrubados para fins energéticos substituindo o óleo combustível nas caldeiras. Esta devastação sem precedentes, no norte e sul do estado, causou um profundo desequilíbrio nos ecossistemas com consequências imprevisíveis, sobretudo no vale do Itajaí, onde a busca energética através de lenha e carvão vegetal é mais intensa e arrasadora.”

O que em seguida se viu foi a criação de vários projetos como: 1) o “Projeto Nova Blumenau”, que partiu de uma assembléia de cidadãos locais e que durou apenas um ano pela falta de apoio da prefeitura para viabilizar as propostas elaboradas pelas comissões e uso político da mesma; 2) o “Projeto Crise”, da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), com o objetivo de desenvolver as chamadas medidas não-estruturais para proteção de enchentes, englobando monitoração do tempo, monitoração de níveis, modelos de previsão hidrológica e cartas de risco de inundação, uma espécie de sistema de alerta, que também envolvia as Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC); 3) o estudo realizado entre 1986 e 1990 pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), em parceria com o extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS), que previa a retificação e alargamento da calha do Rio Itajaí-Açu, de forma a facilitar o escoamento das águas e a construção de um canal artificial de 10 quilômetros ligando a cidade de Itajaí à praia de Navegantes; 4) o “Plano Global e Integrado de Defesa contra as Enchentes”, que partiu dos governos estadual e municipal, que previa a instalação de comitês de bacia, a começar pela bacia do Itajaí, também teve o apoio da FURB na formação do estatuto dos comitês.

No entanto, apesar dos eloqüentes discursos de 1984 do então governador Esperidião Amin, para a Dra. Beate Frank, professora da FURB, nenhuma das iniciativas logrou êxito: “a nível de governo estadual, as resoluções não eram transformadas em decisões políticas e, a nível comunitário, prevaleceu o habitual deixa como está para ver como fica. A preocupação das "lideranças sociais" era predominantemente a de conseguir recursos para as obras do DNOS, enquanto a administração das enchentes, da água em geral, e a busca de soluções alternativas ou complementares, não era alvo de discussão”.

Na tragédia de novembro de 2008, o número de mortes pode chegar a 200 pessoas, mais de 80 mil pessoas desabrigadas, um prejuízo ainda incalculável e gastos com a reconstrução econômica do Vale que certamente ultrapassará a casa dos bilhões! Certamente, não foram os “caprichos da natureza” culpados pela catástrofe. Mas afinal, então quem são os culpados?

O desmatamento na Amazônia que interfere no regime de chuvas que caem na região Sul? O Aquecimento Global que altera a temperatura das águas dos oceanos, causando mais evaporação --- já vimos isto quando do Furacão Catarina, em 2004? A previsão do volume de chuvas do Vale do Itajaí para o mês de novembro de 2008 era de 100mm a 120 mm, no entanto em quatro dias choveu 500mm!

A irresponsabilidade total ao longo dos anos de políticos e administradores dos governos municipal, estadual e federal para resolver o problema das cheias, somado a um histórico descumprimento das leis ambientais no estado de Santa Catarina? São constantes as denúncias dos impactos das atividades de mineração no sul do Estado, uso dos rios de forma irresponsável para construções de hidrelétricas e irrigação de monoculturas.

O desmatamento crescente no Estado? Originalmente Santa Catarina tinha 85% do território coberto pela Mata Atlântica, hoje há apenas 17,4% dessa área. De acordo com Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Santa Catarina foi o Estado que mais desmatou entre 2000 e 2005. Sendo que atualmente o governo de Santa Catarina vem trabalhando para alterar sua legislação ambiental e reduzir a proteção das chamadas áreas de preservação permanente, como encostas de morros.

A falta do mesmo espiríto empreendedor da população que fez o Vale prosperar economicamente, aplicado a um plano de ocupação da região dentro dos parâmetos da sustentabilidade? Uma das características de todas as enchentes foi a comunidade sempre delegar à terceiros a responsabilidade de “resolver” o problema.
Como se pode ver muitos são as culpas, no entanto, todas elas ligadas ao ser humano que insiste em cometer os mesmos erros ano após ano.

Fontes usadas para dados históricos: FRANK, Beate. Uma abordagem para o Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, com Ênfase no Problema das Enchentes. Tese de Doutorado, UFSC, 1995.

* Professor na área de sustentabilidade e inovação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR


Fonte: Eloy Casagrande.

(http://www.portaldomeioambiente.org.br/noticias/2008/dezembro/01/9.asp)

Defesa de monografia de Fábio Rodrigo Bourscheid

Também no dia 28 de novembro, às 17h, defendeu sua monografia de conclusão de curso de Psicologia, o integrante do LAPSI-UFSM FÁBIO RODRIGO BOURSCHEID. Da banca examinadora participaram os professores: Eduardo Guillermo Castro, Hector Omar Ardans-Bonifacino (orientador) e Eugênia Maria Mariano da Rocha Barichello.
Parabéns Fábio, pelo feito!



(da esquerda para a direita) Eduardo Guillermo Castro, Hector Omar Ardans-Bonifacino (orientador), Fábio Rodrigo Bourscheid e Eugênia Maria Mariano da Rocha Barichello.

Defesa de monografia de Ana Paula Wilke François

No dia 28 de novembro de 2008, às 14h, defendeu sua monografia de conclusão de curso de Psicologia, a intergrante do LAPSI-UFSM ANA PAULA WILKE FRANÇOIS. Da banca examinadora, participaram os professores: Eduardo Guillermo Castro, Hector Omar Ardans-Bonifacino (Orientador) e Venice Grings.
O títula da monogafria é: "Educação socioambiental, reflexividade e arte na modernidade líquida: pesquisa-ação com alunos do projeto 'Sanga do Aldeia' da Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa."
Parabéns Ana Paula, pelo feito!



(da esquerda para a direita) Eduardo Guillermo Castro, Hector Omar Ardans-Bonifacino (Orientador), Venice Grings e Ana Paula François.